A Amplitude de Nossos Relacionamentos

A Amplitude de Nossos Relacionamentos

23/07/2020 0 Por magodm
Dança e Metafísica
Dança e Metafísica
A Amplitude de Nossos Relacionamentos
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Por Andre Gama

Controlar os nossos braços é uma tarefa extremamente difícil. A coordenação motora destes membros requer um grande esforço de nosso cérebro, pois eles são responsáveis por uma enorme quantidade de tarefas do nosso cotidiano, tarefas essas de grande complexidade. Como exemplo, tente escovar seus dentes com a mão não dominante, ou apenas observe uma criança, em sua primeira infância, tentando executá-la.


OS BRAÇOS NA DANÇA
Na Dança, os braços nos ajudam a manter a estabilidade do corpo, harmonizam-se com as melodias e transmitem sentimentos, representam ações e dão sentido aos movimentos. Quando temos o trabalho de braços bem desenvolvido, nossa energia flui de maneira livre e harmoniosa. Por tudo isto, o trabalho de braços (ou port des bras) necessita uma atenção especial e constante, pois ele delineia todos os nossos movimentos e faz com que nossa imagem seja agradável e interessante. Quando bem coordenados, mostram o(a) bailarino(a) como uma unidade, atuando em completa e perfeita harmonia.


A RESPIRAÇÃO E OS BRAÇOS
Os braços estão ligados ao elemento Ar, o que nos remete diretamente à nossa inspiração e respiração. Não é mero simbolismo: nossos braços sempre estão livres, na região média do nosso corpo, conectados à nossa caixa torácica, próximo aos pulmões. Quando engasgamos, aprendemos a levantar nossos braços para ventilar melhor, assim como quando esprequiçamos.
Na Dança, os braços sempre devem ser coordenados com nossa respiração, pois deixam o movimento mais orgânico, assim como colocam nosso centro, nosso tronco, na posição ideal para realizar os movimentos desejados.


OS PORTÕES DA ALMA
Tudo isso não é por acaso: nossos braços representam a amplitude e a qualidade de nossas relações com os outros, com o mundo. Se “os olhos são a janela da alma”, os braços são os portões. Isto é, eles definem quando e o que entra e o que sai de nossa alma.
Um movimento de braços pode ter início partir de nosso centro, do nosso esterno, do nosso coração, do nosso chacra cardíaco. Pode também, ser iniciado de sua extremidade, das pontas dos nossos dedos e fluir até o nosso centro. Isto também representa que a nossa alma flui e interfere no ambiente externo, assim como o ambiente externo, ou aqueles com quem nos relacionamos, também pode fluir e interferir no nosso interior.


A FUNÇÃO DOS BRAÇOS É SENTIR
Nossas mãos abrigam o sentido do tato, não por acaso. Nosso chakra cardíaco é o abrigo de nossas emoções e sentimentos. Ou seja, sua característica ou função é a de sentir, tanto conduzindo nossas emoções e sentimentos ao externo, quanto experimentando e reconhecendo os estímulos externos e conduzindo-os até o nosso coração.


COORDENANDO NOSSAS EMOÇÕES
Aprender a coordenar e utilizar os braços é também aprender a lidar com nossas emoções. Como todo aprendizado, requer muita prática, persistência e autoconhecimento. Entender a origem de um movimento de braços determina totalmente a sua qualidade. Os braços não atuam como membros independentes apenas conectados ao corpo, mas como uma extensão dele. Da mesma forma, entender os impulsos e anseios da nossa alma determina a qualidade daquilo que lançamos em nossas relações, pois nossas emoções são extensões de nossa alma.